quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A Máscara

Um desespero profundo me incomoda
desde as raízes mais longuínquas de meu coração.
Ele próprio me incomoda.
Ele treme, está inquieto, indomável.
A razão não consegue mais controlá-lo
A razão agora está ao lado dele;
juntos me corroem por dentro,
mesmo ausentes.
Vivo viajando,
já passei pelos mais belos lugares,
e conheci as mais belas deusas,
deusas de todos os tipos mas,
nenhuma delas tão bela quanto
a dos olhos pretos e cabelos negros
na terra onde a vida parece eterna.
No exato momento que a vi
tive a sensação de estar subindo vertiginosamente para o nada,
um nada cheio de flores,
tranquilidade e paz, uma paz eterna.
Sentia uma felicidade estranha,
pois, só de ve-la meu coração se animava.
Estava encantado, alucinado e cego.
Fomos a um lugar singularmente agradável.
Tudo estava tão bom quanto poderia estar.
Foi quando virei-me, ouvi um barulho,
uma máscara havia caído
e o que era pura beleza se transformou
em algo de feiura devastadora e
de pura crueldade; tentei correr mas
já era tarde,
senti que havia perdido algo;
já não havia nada dentro do meu peito;
ela havia ido embora e levado-o consigo.
Fui tomado por uma cólera devastadora e
dentro de mim só o que sobrou foram
a raiva, o ódio, a solidão, a angústia, a tristeza
e desespero de me sentir, novamente, só.
Amor.
Vinícius.

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