terça-feira, 2 de outubro de 2007

O Mosquito.

Me sinto sozinho em meio a tantas palavras e promessas não cumpridas.
Dentro de um buraco escuro, úmido e frio cujas paredes o ar me roubam.
Minha alma se enche de medo e pavor,
não tenho para onde correr,
minha mente e meu espirito pastam no campo da dor.
Imagino os vermes comendo meus ossos e
minha carne se putrefando esquecida.
Não quero morrer.
Para onde irei agora?
Não fui cristão,
não quis chorar.
Nunca acreditei,
não quis me decepcionar.
Como me defenderei perante a fúria divina
agora que dei meu último suspiro?
Espero o perdão.
Não fui perdoado!
Sinto minha alma se separando de meu corpo
e nele uma dor mortal, está em chamas.
Estou perto de chegar ao inferno
e não ligo.
Meus olhos queimam.
Tudo está escurecendo;
vejo em meu braço um mosquito;
é a última coisa que vejo;
um mosquito da morte.
Já não existo mais.

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