domingo, 23 de dezembro de 2007

Viagens Descobertas.

Volto pra casa sob núvens pesadas e baixas o suficiente para quase serem tocadas com as pontas dos dedos. À noite escura me tráz lembranças que gostaria de ter esquecido e outras que nunca me canso de lembrar, não sei se isso é bom, mas é assim que as coisas funcionamam em minha cabeça. Esse dia, ao que me parece, não foi diferente, tudo igual àquilo que sempre é.
Viajando por um lugar obscuro, quase que totalmente desconhecido, vejo uma porta entre aberta mas, mesmo sem nunca te-lá visto, ela me parece estranhamente familiar. Entro.
Ao entrar, vejo algumas crianças se divertindo, presto total atenção na cena, estranho, uma daquelas crianças parecia estranhamente feliz. Alguns segundos depois já não são mais crianças, são adolescentes, ao que me parece em uma festa e aquele mesmo que a segundos estava feliz já não está mais, está infeliz, alguns riem, ele tenta esconer e consege, mas não de mim, consigo sentir. A cena muda novamente, está mais velho e novamente aquele, agora jovem está presente mas agora só em um canto, parece não querer companhia e alguns segundos depois, já em outra cena, ri e junto com ele, rio também. Tenho aquela estranha impressão que já estive ali, reflito e percebo que não só já estive ali com vivi aquelas situações, esfrego meus olhos, tudo real. Corro em direção ao garoto mas ele não me ve e nem percebe a minha presença.
Acordo afoito, me acalmo e logo percebo o que aconteceu, não era melhor antes, mas dá saudade. Aqueles pequenos momentos que só você viu, ninguém mais, e aquele pequeno gesto isolado, mas inesquecivel, os pequenos detalhes de cada pessoa e aquelas situações que você preferiu ficar só olhando.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Duas Tribos.

Gritos,
feras,
primatas,
choro,
tribos e
poder.
Me senti perdido em meio a uma batalha:
Duas tribos se encontram e a batalha começa.
Flechas passam sobre minha cabeça e,
ao longe, vejo pessoas correndo com espadas e escudos.
Ambos os lados urram para afrontar o inimigo;
uma batalha sem chance de vitória, uma grande vitória, para ambos os lados.
Uma tribo, baseada no poder de um herói, mais do que isso, um semi-deus,
seguido cegamente sem ser contestado consegue uma grande vantagem.
Todos comemoram menos eu,
não consigo me alegrar.
Alguns insistem em insentivar a batalha.
Tento avisa-los que estão caindo em uma armadilha, afinal, dividir é conquistar.
Vã tentativa.
Desesperado, percebo a queda de uma das tribos.
Entristeso-me: as duas tribos tinham o mesmo objetivo,
as mesmas ambições,
poderiam ter sido uma só, e assim lutar e resistir ao sistema.
O sistema massacra:
uma caiu hoje, a outra cairá amanhã.
Ao final uma das tribos sai vitoriosa e orgulhosa de seus atos,
mataram uma aliada sem nem ao menos perceberem.
Mais uma vez o sistema sai vitorioso e percebo, finalmente, que no final somos apenas os animas na jaula.
Dominados e sem saída.
Infelizmente.